sábado, 24 de setembro de 2011

A VISITA
Cada dia, ao meio-dia, um pobre idoso entrava na Igreja, e poucos minutos depois, saía.

Um dia, o sacristão lhe perguntou o que fazia (pois havia objetos de valor na Igreja).

Venho rezar, respondeu o idoso.

Mas é estranho, disse o sacristão, que você consiga rezar tão depressa.

Bem, retrucou o idoso, eu não sei recitar aquelas orações compridas.

Mas todo dia, ao meio-dia eu entro na Igreja e só falo:
- "Oi Jesus, eu sou o Zé, vim te visitar."
Num minuto, já estou de saída.

É só uma oraçãozinha, mas tenho certeza que Ele me ouve.

Alguns dias depois, o Zé sofreu um acidente e foi internado num hospital e, na enfermaria, passou a exercer uma influência sobre todos:

os doentes mais tristes se tornaram alegres, muitas risadas passaram a ser ouvidas.
Zé, disse-lhe um dia a irmã, os outros doentes dizem que você está sempre tão alegre....

É verdade, irmã, estou sempre tão alegre.

É por causa daquela visita que recebo todo dia.
Me faz tão feliz.

A irmã ficou atônita.
Já tinha notado que a cadeira encostada na cama do Zé estava sempre vazia.
O Zé era um idoso solitário, sem ninguém.

- Que visita?
- A que hora?

- Todos os dias. Respondeu Zé;

com um brilho nos olhos.

Todos os dias ao meio-dia Ele vem ficar ao pé cama.

Quando olho para Ele, Ele sorri e diz:

-"Oi, Zé, eu sou Jesus, eu vim te visitar".

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