terça-feira, 18 de setembro de 2012

Peregrinacão dos Símbolos da JMJ no Brasil completa um ano



Há um ano chegavam ao Brasil a Cruz dos Jovens e o Ícone de Nossa Senhora, que têm mobilizado milhões de jovens por todo o país.
“Levem-na ao mundo como sinal do amor do Senhor Jesus para a humanidade e anunciem a todos que somente em Cristo morto e ressuscitado há salvação e redenção”.
Com essas palavras o Papa João Paulo II deu aos jovens de toda a Terra a missão de fazer chegar a todos os povos o Evangelho, despertando-os para o chamado à conversão, para a realidade do amor de Jesus. Como sinais desse anúncio, os jovens levam consigo uma cruz de madeira de 3,8 metros e uma imagem de Nossa Senhora Protetora do Povo Romano, pintada em estilo bizantino. Esses dois objetos foram abençoados pelo Papa João Paulo II – em 1984 e 2003, respectivamente – e doados aos jovens para serem levados mundo afora. Com o tempo, eles se tornaram os Símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), sempre peregrinando pelos países que a sediam.
No Brasil, essa missão começou a ser cumprida no dia 18 de setembro de 2011, quando a Cruz – que passou a ser conhecida como Cruz dos Jovens – e a imagem de Maria – que passou a ser chamado de Ícone de Nossa Senhora – foram acolhidos com uma grande festa em São Paulo. O calor intenso naquele dia não impediu que quase 80 mil pessoas se aglomerassem no Campo de Marte para receber os Símbolos da JMJ, que desembarcaram primeiro em Brasília, vindos da Espanha.
A grande festa em São Paulo foi chamada de “Bote Fé” – um nome que se popularizou e passou a denominar simultaneamente os shows musicais realizados nas capitais para celebrar a passagem da Cruz e do Ícone, e também as etapas da peregrinação em cada diocese brasileira.

Na Arquidiocese de São Paulo, os Símbolos da JMJ permaneceram uma semana. Foram ao encontro dos jovens em diversos lugares: na catedral, em uma favela, em um abrigo de moradores de rua, na Cracolândia.
Depois da capital paulista, começou a longa peregrinação que está passando por quase todas as dioceses brasileiras. Primeiro, foi percorrido o interior do estado de São Paulo, com exceção do Vale do Paraíba. Em seguida, os Símbolos foram acolhidos em Minas Gerais, onde percorreram várias dioceses, incluindo as cidades históricas. Foi então a vez do Nordeste, onde todas as dioceses foram visitadas, começando pela Bahia e terminando no Maranhão. Em Recife, a celebração final reuniu cerca de 120 mil pessoas – numa noite de segunda-feira! – e em Fortaleza, foram 110 mil. Mas não só as capitais acolheram a Cruz e o Ícone: os jovens das cidades do sertão também puderam demonstrar sua devoção.
Depois de ir ao Nordeste, os Símbolos iniciaram uma trajetória rumo ao sul, e entraram no Tocantins. Ali peregrinaram por prelazias, foram recebidos na jovem capital Palmas, e seguiram para Goiás, onde passaram por várias cidades e fizeram a tradicional romaria até o Santuário do Divino Pai Eterno, em Trindade. Em Brasília, um momento marcante: a Cruz e o Ícone entraram no Palácio do Planalto, o centro do poder do país. No Centro-Oeste, os Símbolos também foram ao Mato Grosso do Sul e ao Mato Grosso, onde foram acolhidos por várias comunidades indígenas.
A partir daí, recomeçou a trajetória rumo ao norte do Brasil: agora, para o coração da Amazônia. A Cruz e o Ícone foram para Rondônia, Acre, Roraima e Amazonas. Se antes, a peregrinação era quase sempre feita de caminhão, agora passou a ser feita também nos barcos que navegam pelos rios Amazonas, Negro, Solimões, Madeira, Mamoré...
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Neste momento em que a peregrinação completa um ano, a Cruz dos Jovens e o Ícone de Nossa Senhora estão na Prelazia de Borba, no sul do Amazonas. É a diocese de número 169 a acolhê-los. Faltam ainda cerca de uma centena – no Pará, no Amapá, em toda a Região Sul, nos países do Cone Sul (Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile), no Espírito Santo e ainda em regiões de São Paulo e Minas Gerais, sem falar no ultimo estado a receber os Símbolos: o Rio de Janeiro.
Nunca a peregrinação da Cruz e do Ícone foi tão longa e complexa. Cada diocese é responsável por buscar os Símbolos na diocese vizinha. Em geral, o traslado é feito por caminhão e, no começo da programação diocesana, ambos são montados e colocados em seus respectivos suportes. É preciso tomar enorme cuidado com eles, pois, apesar de grandes, são frágeis. Em São Luís e em Brasília, a Cruz e o Ícone passaram por rápidas restaurações. Mas o carinho do povo com os dois Símbolos é evidente.
Ao longo de todo o trajeto, a Cruz e o Ícone percorreram dezenas de milhares de quilômetros no interior do Brasil, atraindo multidões tanto nas grandes capitais como nos pequenos lugarejos. Foram visitadas igrejas, catedrais, escolas, universidades, hospitais, centros de detenção masculinos e femininos, centros de reabilitação de dependentes químicos, favelas, lixões, ginásios esportivos, aldeias indígenas – sem falar nas incontáveis procissões, caminhadas e carreatas que percorreram ruas, rodovias e estradas de terra.
Em cada lugar, um sem número de manifestações de fé, de amor, de devoção. Os jovens fazem festa e barulho, cantam e dançam, os idosos e crianças também não perdem a oportunidade. Todos se aglomeram e tentam tocar, quem sabe até carregar a Cruz e o Ícone. Alguns conseguem um toque rápido, mas suficiente para reavivar a fé. Outros conseguem ficar por vários minutos em meditação.
Quantos jovens não vararam a noite buscando os Símbolos na diocese vizinha, ou em vigília com eles a madrugada toda? Quantos não tiveram a oportunidade de montá-los e de carregá-los? Quantos milhares de voluntários não se mobilizaram país afora preparando toda a complexa estrutura de acolhimento – que inclui organizar o roteiro e a liturgia, divulgar e mobilizar a população, negociar com autoridades, agendar com artistas, garantir equipes de segurança e socorro médico, fazer a cobertura jornalística, etc. Quanta atenção a peregrinação não trouxe para refletir sobre a realidade juvenil tanto na Igreja quanto na sociedade com suas dificuldades e encantos?
Quantos corações não se converteram a Jesus em cada etapa dessa peregrinação? Quantos não choraram e pediram graças a Maria? Quantos não as alcançaram? Só Deus conhece essas respostas, mas podemos suspeitar que os números são altos...

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