quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Haja o que houver

Na Romênia, um homem dizia sempre a seu filho:
 - Haja o que houver, eu sempre estarei a seu lado.
 Houve, nesta época um terremoto de intensidade muito grande, que quase alisou as construções lá existentes nesta época. Estava nesta hora este homem em uma estrada.
 Ao ver o ocorrido, correu para casa e verificou que sua esposa estava bem, mas seu filho nesta hora estava na escola.
 Foi imediatamente para lá.
E a encontrou totalmente destruída. Não restou, uma única parede de pé. Tomado de uma enorme tristeza. Ficou ali ouvindo, a voz feliz de seu filho e sua promessa (não cumprida), "Haja o que houver, eu estarei sempre a seu lado".
 Seu coração estava apertado e sua vista apenas enxergava a destruição. A voz de seu filho e sua promessa não cumprida, o dilaceravam.
 Mentalmente percorreu inúmeras vezes o trajeto que fazia diariamente segurando sua mãozinha. O portão (que não mais existia); corredor. Olhava as paredes, aquele rostinho confiante. Passava pela sala do 3º ano, virava o corredor e o olhava ao entrar. 
 Até que resolveu fazer em cima dos escombros, o mesmo trajeto. Portão, corredor, virou a direita e parou em frente ao que deveria ser a porta da sala. Nada! Apenas uma pilha de material destruído. Nem ao menos um pedaço de alguma coisa que lembrasse a classe. Olhava tudo desolado.
 E continuava a ouvir sua promessa:
 "Haja o que houver, eu sempre estarei com você".
 E ele não estava... Começou a cavar com as mãos. Nisto chegaram outros pais, que  embora bem intencionados, e também desolados, tentavam afastá-lo de lá dizendo:
 - Vá para casa. Não adianta, não sobrou ninguém.
 - Vá para casa.
 Ao que ele retrucava:
 - Você vai me ajudar?
 Mas ninguém o ajudava, pouco a pouco, todos se afastavam. Chegaram os policiais, que também tentaram retirá-lo dali, pois viam que não havia chance de ter sobrado ninguém com vida.
 Existiam outros locais com mais esperança. Mas este homem não esquecia sua promessa ao filho, a única coisa que dizia para as pessoas que tentavam retirá-lo de lá era:
 - Você vai me ajudar?
 Mas eles também o abandonavam. Chegaram os bombeiros, e foi a mesma coisa...
 - Saia daí, não está vendo que não pode ter sobrado ninguém vivo?
 Você ainda vai por em risco a vida de pessoas que queiram te ajudar pois continuam  havendo explosões e incêndios.
 Ele retrucava:
 - Você vai me ajudar?
 - Você esta cego pela dor não enxerga mais nada.
 - Você vai me ajudar?
 Um a um todos se afastavam. Ele trabalhou quase sem descanso, apenas com pequenos intervalos mas não se afastava dali. 5h / 10h / 12h / 22h / 24h / 30h.
 Já exausto, dizia a si mesmo que precisava saber se seu filho estava vivo ou morto.
 Até que ao afastar uma enorme pedra, sempre chamando pelo filho ouviu:
 - Pai... estou aqui!
 Feliz fazia mais força para abrir um vão maior e perguntou:
 - Você esta bem?
 - Estou. Mas com sede, fome e muito medo.
 - Tem mais alguém com você?
 - Sim, da classe, 14 estão comigo estamos presos em um vão entre dois pilares.
 - Estamos todos bem.
 Apenas conseguia ouvir seus gritos de alegria.
 - Pai, eu falei a eles: Vocês podem ficar sossegados, pois meu pai irá nos achar.
 - Eles não acreditavam, mas eu dizia a toda hora...
 - Haja o que houver, meu pai, estará sempre a meu lado.
 - Vamos, abaixe-se e tente sair por este buraco .
 - Não! Deixe eles saírem primeiro...
 - Eu sei; que haja o que houver...
 - Você estará me esperando!
                        
  (autor desconhecido)

Esse pai é semelhante ao nosso Deus, que sempre vai estar ao nosso lado.

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