Escritores,
poetas, compositores, cantores, interpretes, instrumentistas, artistas, pregadores
da fé, comediantes, radialistas são comunicadores. Dividem-se em duas
categorias: os que aceitam reparos, críticas e discordâncias e os que se
melindram e chegam a romper amizades e a fechar a cara contra quem os corrigiu.
Os
primeiros, os que aceitam críticas, têm consciência de que ninguém é perfeito e
que aquilo que é bom pode ser melhor. Admitem que, se algo saiu errado ou se
houve erro na sua execução, o erro deve ser corrigido. Os segundos gostam tanto
de si mesmos, de seu sucesso e de sua obra que visivelmente se descontrolam
quando alguém por mais amigo que seja propõe mudanças, ou põe reparos. Seu modo
de agir, de falar, e ignorar e de se defender mostra que não admitem o
contraditório, embora, às vezes sua obra contradiga algo ou alguém.
A
espiritualidade do “corrija-me para que eu amanhã erre menos” é uma das
virtudes mais bonitas do comunicador. A reação de mágoa contra quem tece
observações de críticas sobre a nossa comunicação revela nossa falta de
espiritualidade. Dizer que aceitamos críticas é uma coisa, mostrar
comportamento de que as aceita e assimila é outra.
Um
cantor religioso, tendo cometido um erro que, cantado, soava como heresia
recebeu do autor a proposta de na próxima edição corrigi-lo. O autor pagaria as
despesas da nova edição, desde que a heresia não saísse com o nome dele. O
cantor e seu grupo radicalizaram. Não corrigiriam. Na próxima edição tiraram as
quatro canções do autor que ousou pedir mudança em duas palavras e fizeram
outra obra. Ofenderam-se com a crítica justa de um irmão que não queria sua
obra interpretada de modo errado.
Acontece
comigo e com você de não querer mudar algo por causa de apenas um crítico. Mas
se vários nos dizem que aquele texto deveria ser revisto não há porque não
corrigir. No mundo dos comunicadores este é um pecado useiro e vezeiro. Um
grande número deles, simplesmente rompe uma amizade ou vira a cara quando
alguém ousa discordar de sua mensagem ou do modo como deram.
Nos
cursos de comunicação não se omitam as aulas sobre sucesso, falhas, imperfeições
e críticas. Não existe obras perfeitas nem comunicadores perfeitos. Você sabe
se é humilde quando aceita repensar o que disse, o que fez e o que cantou.
Pe. Zezinho SCJ
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