NATAL SEM ROTINA
Nestes dias de Natal, como
sempre, haverá muitos Papais Noéis e Mamães Noelas nas lojas. Durarão até
meados de janeiro. Como sempre haverá canções no rádio e nas igrejas, para
falar ou do Papai Noel que vem ou do Jesus que veio. Uns destacarão o velhinho
que ajuda as lojas a vender e quem ama a dar presentes. Outros destacarão o
menino que foi um presente para o mundo. O menino não existe mais porque
cresceu e nos mostrou mistérios que jamais poderíamos imaginar. Mas recordarão
o dia em que ele nasceu.
Os enfoques dependerão da fé
que a pessoa tem. Cantará Jingle Bell em homenagem a Papai Noel e às crianças,
ou Noite Feliz, lembrando que Deus esteve aqui entre nós. E os ateus dirão que
não foi nada disso. E outras religiões dirão que isto é impossível. E os
cristãos se dividirão entre quem vê Jesus ainda menino e quem vê Jesus glorioso
no seio da Trindade, porque na Trindade é sempre foi o Filho Eterno.
Nada disso fará sentido se
não sairmos da rotina de repetir frases prontas e canções prontas sem pensar no
que elas dizem. Palavras d Natal são fáceis de repetir. O conceito de Natal é
bem mais difícil de assimilar. Deus que se faz humano? E pode? Não é ir longe
demais?Ateus e religiosos de outra fé têm todo o direito de nos questionar. Se
estamos pregando em público eles reagem em público. Teremos que fundamentar
melhor a nossa crença se queremos que as pessoas admitam ao menos esta
possibilidade. Mas não é repetindo palavras e frases sobre as quais não
meditamos que conseguiremos.
Estamos convictos de que
Deus pode se tornar um ser humano ou não? Se pode, então o Natal faz sentido.
Se não pode, então enfeitemos nossas ruas e templos de Papai Noel e Mamãe
Noela, que transmitem bondade, mas não necessariamente a do Deus que vem e nos
desafia e sermos seres humanos melhores.
O Natal não é doutrina fácil
de explicar. Mas se cremos, que a festa tem mais do que a “magia” que andam
cantando na televisão e que se trata de imensa e inimaginável graça de Emanuel,
Deus conosco, Deus humanado para que nos humanizemos de verdade, então
comecemos a explicar o presépio, as luzes, os presentes e , o que mais importa:
a solidariedade de quem mais dá do que recebe. Estamos prontos para tamanho
esvaziamento? A quem me lê e me ouve, Feliz Natal sem rotina. Vivamos um Natal
muito mais explicado e bem mais celebrado!
Pe. Zezinho SCJ
Fonte:http://www.padrezezinhoscj.com
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