Ao
ver, na casa de uma fiel, um pôster e uma imagem em que Deus Pai estava
representado como um velho de barbas brancas, pedi licença para explicar a
pintura e a escultura. Ela concordou dizendo que me aceitava como catequista
dela desde que era criança.
Disse-lhe
que é preciso distinguir entre a imaginação do pintor e escultor e a doutrina
da Igreja. Nem sempre o que pintor ou escultor imaginou combina com a catequese
da Igreja. No caso, ela possuía em casa duas representações da Santíssima
Trindade. Uma mostrava apenas a pessoa do Pai no ato da criação. O pintor
imaginou o dedo dele criando o ser humano e o fez um velho de barbas brancas.
No outro caso, o Pai era um velho de barbas longas e brancas, vestido de manto
de patriarca; o Filho era um jovem crucificado e o Espirito Santo era uma pomba
entre ambos. Maria estava entre eles.
Expliquei
que, outra vez, era concepção de um pintor, e que, por melhor que fosse a
intenção dele, a catequese da Igreja não segue aquela pintura. Ário, um padre
negro bonitão e bom cantor que arrastava multidões com suas canções e pregações
populares, foi condenado e expulso de Alexandria pelo bispo Alexandre em 318 da
nossa era, por ensinar, entre outras coisas, que o Pai era mais velho do que o
Filho e por negar a eternidade do Filho… Outros foram condenados por
confundirem o Espirito Santo com vento, línguas de fogo ou pombas. Misturaram a
pessoa da Trindade com o sinal que ela usou.
Expliquei
mais. Maria não faz parte da Santíssima Trindade. Ela não é deusa. O lugar dela
na pintura deveria ser em baixo, ajoelhada e adorando a Trindade Santa. Como um
todo, a pintura e a escultura traiam uma visão antropomórfica de Deus, coisa de
um pintor que não era teólogo nem catequista. Se fosse, não pintaria Deus
daquela forma.
Ela
entendeu e perguntou:- E o que faço com estas pinturas que não representam o
que de fato a Igreja crê a respeito de Deus e de Maria? Respondi: -Procure
outras que expressem melhor o que cremos. Mas, se quiser mantê-las, ponha em
baixo uma explicação para quem olhá-las.
Tornei
a passar por lá e a inteligente mãe de família havia optado por deixar o quadro
e a escultura, mas escrevera em baixo: -“Deus não é assim!”… Disse-me que
quando achasse quadros mais catequéticos os colocaria no lugar.
Enviei-lhe
uma pintura antiga que achei entre minhas fotos de viagem: era Maria ajoelhada
em adoração e respeito, diante de uma única luz que chegava a ela em três
fachos. Não diz tudo, mas sugere mais do que um Deus de barbas brancas. Ela
disse que uma amiga a está reproduzindo em tamanho grande! …
Pe. Zezinho SCJ
Fonte: http://www.padrezezinhoscj.com
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