Ao
nosso irmão Bispo Dom Hélio Adelar Rupert e à Igreja de Santa Maria (RS), às
famílias que choram os filhos mortos na tragédia, aos jovens e às jovens que
acreditam na vida e sonham com a felicidade.
Estamos todos atônitos! Sentimentos de dor e
impotência se misturam e nos deixam confusos! Justamente no ano em que a Igreja
do Brasil celebra a Juventude, como foco de suas atenções com diversos acontecimentos
a seu favor, presenciamos esta tragédia.
Nós,
que formamos a Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, queremos
dizer que estamos com vocês nesta hora em que tudo parece perder sentido e a
realidade só nos mostra morte e sofrimento. Não temos palavras humanas de
consolação; mas nossas convicções de fé devem encontrar espaço especial neste
momento para continuar sustentando a caminhada. É o próprio Jesus quem nos diz:
“Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. Na
casa de meu Pai há muitas moradas [...] Vou preparar um lugar para vós [...] a
fim de que onde eu estiver estejais também vós.” (Jo 14, 1-3).
Há
poucas semanas a juventude de Santa Maria acolheu com entusiasmo e fé a Cruz da
Jornada Mundial da Juventude: ninguém podia imaginar que pouco tempo depois
vocês – e nós todos do Brasil! – estariam vivendo esta incompreensível
experiência de dor. Sim, a morte é e permanece um mistério, sobretudo quando
atinge os projetos e sonhos de tantos jovens, a quem a Igreja tem se dedicado
com esmero.
Esforcemo-nos
por colocar esta cruz na Cruz de Cristo, e vida nova surgirá, garantida por
Aquele que não nos abandonou, principalmente no momento do mistério do
sofrimento e da morte! E contemplemos aos pés daquela Sagrada Cruz a presença
consoladora de sua Mãe, a Santa Maria! Não é para menos que o papa João Paulo
II quis que o Ícone de Nossa Senhora acompanhasse a Cruz peregrina da Jornada
Mundial da Juventude! Maria, que sabe a dor da perda de um filho, console todas
as famílias que acabaram de perder seus filhos e filhas.
Rezamos
por vocês e com vocês para poderem enfrentar e superar este momento. Que este
acontecimento provoque, também, em toda sociedade e na Igreja um sério
questionamento, se, realmente, estamos acreditando na juventude, apostando nela
e defendendo sua vida. Projetos pastorais, políticas públicas, iniciativas
populares necessitam estar mais voltadas às novas gerações. Proteger e defender
a vida sempre, em qualquer lugar é testemunhar a fé: “Eu sou a ressurreição e a
vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá.” (Jo 11,25).
Comissão
Episcopal Pastoral para Juventude – CNBB
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