quinta-feira, 17 de maio de 2012

É possível ser feliz?

"A Mãe de Jesus disse aos que estavam servindo: 'Façam tudo o que Ele mandar" (Jo 2,5).



O mundo apresenta inúmeros caminhos na busca da felicidade, entretanto, a experiência de nosso coração, como também a experiência da história da humanidade, demonstra que as promessas do mundo nem sempre acontecem e que, separadas do caminho do bem, normalmente se deparam com a decepção, com o vazio e mesmo com a frustração. Não há conciliação entre o bem e o mal. Mas, mesmo sabendo disto, insistimos nas escolhas erradas.

Se não existisse a possibilidade de sermos felizes, o próprio Jesus nos teria enganado com suas promessas de vida. O que não podemos ignorar como cristãos, é que, mesmo querendo escolher o caminho do bem, que gera felicidade, sem as graças de Deus, nós nos tornamos impotentes. Nossa eterna tentação ainda é querer nos realizar e sermos felizes sem Deus... Erro que infelizmente já foi cometido pelos nossos primeiros pais, Adão e Eva, vindo a perder o paraíso.

Jesus nos é claro: "Sem mim vocês não podem fazer nada" (Jo 15,5). Obviamente buscamos fazer coisas boas por nós, mas, sem a vida de amizade com Deus, apenas nos compensamos e nos gratificamos por um determinado tempo, sem realmente encontrar a verdadeira felicidade. Por isto, esta é proposta de Jesus: "Se vocês obedecem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. Eu disse isso a vocês para que minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa." (Jo 15,10,11).


Não se trata de restringir o caminho para ser feliz, e sim de admitir a realidade da natureza humana, pois, como pessoas, nós somos constituídos por nosso corpo e nosso espírito. Sabemos que sem nos alimentar, dormir e respirar, nós morreremos fisicamente falando. O mesmo acontecerá em nossa vida espiritual. Sem o alimento da vida interior, que nos chega através da oração, do acolhimento da Palavra, da recepção dos sacramentos, da Eucaristia, da amizade com Deus e do amor ao próximo, nos tornamos rapidamente anêmicos e morremos espiritualmente.

Outra tentação de nosso tempo é a busca pela realização e felicidade sem a presença da cruz. "Se o grão de trigo não cai na terra e não morre, fica sozinho" (Jo 12,24). Se diante das opções da vida negarmos a cruz, viveremos de gratificações, mas jamais da verdadeira felicidade.

A qualidade de vida, que tanto hoje se fala, não acontece sem os cuidados com a boa alimentação para o nosso corpo e a boa alimentação para o nosso espírito. Não podemos negar esta dupla identidade. E mais, o esquecimento de nossa dependência de Deus é o supremo desamor que poderemos cometer conosco, com os que amamos e com a própria vida, pois, nossa vocação maior não é o tempo, mas sim a eternidade.

Assim, queridos amigos, na passagem de mais um dia das mães, compreendamos que a real maternidade humana cobra de nós os cuidados com o corpo e com o espírito. Aproveitemos para mostrar gratidão às nossas mamães, à Maria, nossa Mãe do céu, e a todas às mulheres, encarnação viva da própria ternura de Deus.



Padre Evaristo Debiasi



Fonte: http://www.ais.org.br/

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