No contexto da Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio
+20, membros de diversas religiões promoverão uma Vigília Ecumênica na noite
deste 17 de junho, na qual formarão uma espécie de candelabro humano, acendendo
velas para pedir pela defesa de sete direitos humanos, entre eles, os “direitos
sexuais e reprodutivos”. Segundo o perito peruano em temas de vida e família,
Carlos Pólo, a presença da Igreja Católica no evento poderia dar a entender que
Ela apoia estes supostos “direitos”, rechaçados e criticados reiteradamente
pelo Magistério Pontifício e pelas representações da Santa Sé ante a ONU .
Segundo o artigo de Polo intitulado “Vigília Ecumênica na
Rio + 20: preparam fraude mediático para mostrar a Igreja Católica apoiando
Direitos Sexuais e Reprodutivos”, aparecido nesta terça-feira, 12, o diretor
para América Latina do Population Research Institute, uma entidade
especializada em temas de defesa da vida e população, afirma que “diversos
analistas e representantes de organizações internacionais nos advertiam que a
Rio + 20 seria uma oportunidade ideal para pressionar a Igreja Católica”.
“Os
lobbystas dos direitos sexuais e reprodutivos não perderão oportunidade para
desinformar a opinião pública, principalmente católica, neste Continente para
mostrar uma foto de um católico acendendo uma vela por sua causa”, revela o
diretor do PRI para o continente latino-americano.
A controvertida Vigília é iniciativa de uma “coalizão
ecumênica e inter-religiosa” chamada "Religiões por Direitos" (RdP)
formada especialmente para a Cúpula dos Povos, um evento cujo comitê
organizador reúne entidades de cunho marxista como a Central Única dos
Trabalhadores, e de corte feminista como a Marcha Mundial das Mulheres.
O site oficial da Cúpula detalha que para a Vigília
“serão escolhidas cerca de cinco lideranças das principais redes que compõem a
Cúpula dos Povos para que apresentem aos participantes seus desejos por um
mundo melhor e toquem o sino da paz”. Porém, o momento central do evento do dia
17 será a leitura de sete direitos que a coalizão ecumênica “Religiões por
Direitos” apóia.
“Durante a leitura de cada direito, um grupo acenderá
velas e, ao final da leitura, um enorme candelabro se formará entre o público.
Os sete direitos propostos pela RpD são os direitos das Comunidades
Tradicionais; à Água e pela proteção do meio ambiente; à Alimentação; Direitos
Sociais; Direitos Humanos, Sexuais e Reprodutivos; à Educação e Cultura; à
comunicação”, afirma ainda a página web do evento.
Carlos Polo indicou que o conceito "Direitos Sexuais
e Reprodutivos", foi “reiteradamente desqualificado pelo Magistério
Pontifício e extremamente criticado pela Missões da Santa Sé na ONU tanto em
Genebra como em Nova Iorque”. “A vinculação destes conceitos com o aborto, a
homossexualidade e outros ameaças à vida e à família foi explicada com precisão
pelo Lexicon, publicado pelo Pontifico Conselho para a família alguns anos
atrás”, sublinhou.
Para Carlos Polo que participou da Conferência de
Aparecida em 2007, “esta situação não é nova”.
“Organizações vinculadas à chamada Teologia Marxista da
Liberação se enfocaram em reivindicar os temas ecológicos junto à ideologia de
gênero e aos direitos sexuais e reprodutivos. Nessa ocasião, eles não só foram
rechaçados pelos Bispos no texto final do documento de Aparecida, mas
denunciou-se esta ideologia como anti-cristã”, concluiu Polo.
Polo relata também que a possível participação de algumas
organizações católicas, especialmente aquelas vinculadas à Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil na Vigília Ecumênica, é um fato “preocupante”.
Segundo o blog oficial da CNBB a entidade participará da
Cúpula “por meio de duas Comissões Episcopais: a da Caridade, Justiça e Paz e a
do Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso, além da Comissão Brasileira de Justiça
e Paz”. A assessoria de Imprensa da entidade disse-nos que o setor não estava
informado sobre a presença de membros destas comissões na Vigília Ecumênica. O
grupo ACI tentou entrar em contato na manhã da quarta-feira, com os
responsáveis pelas comissões de Ecumenismo e Justiça e Paz da CNBB, mas estes
não se encontravam disponíveis.
Por outra parte, Dom Antônio Augusto Duarte, bispo
auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro garantiu a fontes da nossa agência
que “nenhuma autoridade eclesiástica estará na Vigília Ecumênica”. O prelado
ressaltou ainda que a Santa Sé enviará uma delegação de especialistas à Rio +20
como observadores, com o fim de analisar o conteúdo das propostas advindas da
conferencia e especialmente os objetivos daquelas que poderiam significar
investidas contra a dignidade da vida humana e da família.
O cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro
Scherer, será o enviado especial do papa Bento XVI e chefe da Delegação da
Santa Sé na Rio+20, que se realiza entre os dias 13 e 22 de junho na cidade do
Rio de Janeiro. Segundo o Jornal O São Paulo, Dom Odilo foi comunicado da
nomeação pelo núncio apostólico no Brasil, Dom Giovanni D'Aniello, por carta
datada de 29 de maio.
A carta do Núncio informa, ainda, que também farão parte da Delegação da Santa Sé o arcebispo Dom Francis Chullikatt, Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, os padres Philip J.Bené e Justin Wylie, e o advogado Lucas Swanepoel.
Fonte: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=23753
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