sábado, 14 de abril de 2012

'Volta do Megadeth tem a ver com nossa crença cristã', diz guitarrista

Engana-se quem pensa que o metal é um gênero no qual a maldição impera e não há espaço para religiões e ensinamentos como os do cristianismo. Dá pra dizer que é exatamente por conta dele, o cristianismo - mais especificamente, da fé de Dave Mustaine e Dave Ellefson - que hoje oMegadeth está vivo e mais forte do que nunca.
De volta ao Brasil para se apresentar no Metal Open Air em São Luís, no Maranhão, a banda não vai tocar somente as músicas de "Th1rt3en" - disco lançado no fim de 2011 que o guitarrista Dave Ellefson considera um dos melhores trabalhos já lançados pelo grupo -, mas pretende fazer um longo show cheio de hits para agradar todo e qualquer tipo de fã.
Em entrevista por telefone ao G1, o guitarrista Dave Ellefson falou da importância da religião em sua vida, lembrou dos tempos em que ficou fora do Megadeth e discutiu como pode servir de exemplo para que os fãs de metal vejam a religião como algo a se considerar.
G1 – O Megadeth está de volta ao Brasil após ter tocado aqui recentemente. Estão felizes por voltarem ao país?
Dave Ellefson – Sim. Estou bem ansioso, para dizer a verdade.
G1 – Dessa vez, vocês tocarão em um festival de metal, gênero que os brasileiros apreciam muito. Como acha que estará a atmosfera do evento?
Dave Ellefson – Acho que estará fantástica. Quero dizer, o Brasil tem sido meio que um pioneiro em fazer esses festivais gigantes e globais, muitos deles com vários gêneros musicais. Acho que é sensacional esse ser especificamente voltado para o metal. Desde a escalação até os fãs que estarão lá... Certamente estamos felizes em ir até o Brasil para tocar, especialmente em uma cidade e uma região que não nos apresentamos anteriormente.
G1 – Você voltou ao Megadeth em 2010, você e o Dave Mustaine fizeram as pazes e hoje são cristãos renascidos... quer dizer, parece que é mesmo um novo momento para a banda. Como você enxerga os tempos atuais para o Megadeth?
Dave Ellefson – Eu concordo. Sabe, as bandas passam por transições e algumas não aguentam o tranco e acabam se desfazendo, o que sempre considero uma pena. Pois, quando você realmente vive a experiência de ter uma banda e faz isso quando é jovem, você é mais idealista, talvez tenha uma missão e uma visão, e essa visão pode ser colocada à prova, podendo se desfragmentar se você não se mantiver verdadeiro. Porque os estilos musicais mudam, a mídia muda, o gosto do público varia e se você se mantiver na ativa por tanto tempo, como é o caso do Megadeth, passará por temporadas em que será abraçado pelo mainstream, passará por períodos em que sua base de fãs vai mudar, e eu acho que se você se mantiver realmente fiel em relação à música que gosta de tocar, os fãs também vão gostar. No fim das contas, é metal. Acho que o Megadeth provou que o metal não precisa ter apenas uma dimensão, que pode ser algo amplo e expansivo.
G1 – Quão importante é o cristianismo em sua vida e música?
Dave Ellefson – Acho que a maioria de nós da sociedade ocidental vem de alguma forma de criação cristã. Eu cresci em uma casa luterana. Esse é um estilo de religião que é muito natural aos descendentes de europeus. Já as crenças orientais se encaixam com aquelas pessoas, sabe? Os que vivem no Oriente Médio têm suas crenças também. Minha atitude é “viva e deixe viver”. Uma das piores coias que você pode fazer é desafiar as crenças das pessoas, porque é nisso que eles acreditam, é como elas são e o que as move, sabe? E Deus nos fez de um jeito único. Um único jeito não serve para todos na comunidade de Deus.
G1 – Você acredita que o fato de você e Dave serem cristãos pode ajudar a mudar a mentalidade de que “Deus não é legal” no universo do metal?
Dave Ellefson – Espero que sim. Em primeiro lugar, acho que nossa reconciliação e a volta do Megadeth tem muito a ver com nossa crença cristã, com certeza. Esperamos que as pessoas vejam isso como um grande exemplo de dois homens deixando que o cristianismo faça parte de suas vidas. Acho que dá para conseguir muito mais pelo exemplo do que por ficar sentado falando o dia todo.
Pra conferir a entrevista na íntegra, acesse : G1.com

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