Estamos
diante da questão da identidade de Jesus. Perante isto, dois títulos se
confrontam: “Filho do Homem” e “Cristo”. Jesus, com frequência, identifica-se
como o “Filho do Homem”. Por outro lado, os discípulos originários do Judaísmo
identificam-no como o “Cristo”. O “Filho do Homem” é uma expressão que aparece
quase uma centena de vezes no livro do profeta Ezequiel, exprimindo a condição
humana comum e frágil de alguém que coloca toda sua confiança em Deus.
“Cristo”,
sinônimo de “Messias” ou “Ungido”, é um título aplicado, abundantemente, a
Davi, ou a um de seus descendentes, no Antigo Testamento, estando associado à
ideia de um chefe poderoso e dominador.
“Por
isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja,
e o poder do inferno nunca poderá vencê-la” (Mt 16,18). A Igreja é imortal e seu fundamento deve
perdurar sempre.
Nós
católicos temos a certeza e o orgulho de sermos a única Igreja cristã edificada
sobre o fundamento rochoso, sobre Pedro (ver Mt 7,24). Daí que nós, simples e
humildemente, nos orgulhamos em afirmar: “Onde está Pedro, aí está a Igreja!”
Na
verdade, essa imagem de Cristo, que levamos dentro de nós desde o batismo, está
destroçada ou escurecida. Como poderemos ser apóstolos se não sentimos Sua
presença dentro de nós? Como “vender um produto” do qual não estamos, nós
mesmos, convencidos?
A
resposta de Jesus, dada a Simão, indica que a nossa resposta, admitindo Seu
senhorio total como Messias e Filho de Deus, é também um dom do céu. Não
seremos os chefes, como Pedro, mas a Igreja estará fundada em nós e nas nossas
famílias.
Além
de Cristo, como figura central, temos Pedro como figura destacada por duas
razões: por sua fé em Jesus e por sua lista de serviços como chefe da
comunidade. A revelação de confessar Jesus como Messias, Filho de Deus, é um
dom do Pai, e isso serve para todos nós. A chefia da comunidade eclesial é
própria dele [Pedro] e continua em seus sucessores através dos séculos. A eles
pertence o poder das chaves, jurídico e doutrinal, como o entende a Igreja
Católica. Não foi dado este poder aos outros discípulos e, portanto, devemos
distingui-lo do poder evangelizador e de governo dado ao resto dos apóstolos,
do qual todos nós participamos como discípulos e missionários de Jesus Cristo
com uma missão específica.
Que
os dois pilares da Igreja, Pedro e Paulo, intercedam por cada um de nós a fim
de que sejamos verdadeiramente discípulos e missionários, exercendo as nossas
tarefas diárias e professando a nossa fé em Jesus Cristo, o Filho do Deus Vivo!
Padre
Bantu Mendonça
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