O
Santo Padre Bento XVI proclamará o “Ano da Fé” com o intuito de suscitar na
Igreja uma viva e justa comemoração dos 50 anos do Concílio Vaticano II e 20º
aniversário de promulgação do Catecismo da Igreja Católica de João Paulo II.
Estes grandes momentos da Igreja foram marcantes e de grande envergadura para a
nossa caminhada da fé. O Concílio Vaticano II, por exemplo, segundo as palavras
de João XIII, quis “transmitir pura e íntegra a doutrina sem atenuações nem
subterfúgios” empenhando-se para que “esta doutrina certa e imutável que deve
ser fielmente explicitada, seja aprofundada e exposta de modo a responder à
exigências de nosso tempo”. Já o Catecismo da Igreja Católica é considerado o
“verdadeiro fruto do Concílio Vaticano II” (carta apostólica Porta Fidei). No
Catecismo da Igreja Católica, encontramos a segura doutrina apresentada com
profundidade e clareza. Existe, por conseguinte, na Igreja uma firme
preocupação em facilitar o acesso deste subsídio precioso, principalmente, aos
jovens que através do Catecismo devidamente preparado para eles, ou seja, o
“YOUCAT” possam com sua atenta leitura se fortalecerem na vida de fé e
adquirirem sólida formação para que, desta forma, sejam os propagadores e
evangelizadores de outros jovens que ainda se encontram divididos e à procura
de um caminho autêntico e seguro Àquele que é fonte inesgotável de salvação e
vida.
O Ano da Fé será solenemente aberto no dia 11 de outubro do corrente ano, pelo
Santo Padre Bento XVI. Nossa Arquidiocese também está se organizando de forma
que possa aproveitar o máximo esta ocasião propícia para incentivar o povo de
Deus na busca de uma autêntica fé, alicerçada por uma sólida e imprescindível
formação. Aproveitaremos os momentos fortes da vida da Igreja ao longo do ano
para chamar a atenção do nosso povo o quanto é importante conhecer e aprofundar
os conteúdos da mensagem cristã. Para isso contamos com as iniciativas
paroquiais de formação permanente dos fiéis. Contamos também com as
Universidades Católicas que poderão contribuir com eventos formativos que levem
a um diálogo frutuoso entre fé e razão, como também ajudando na elaboração de
subsídios e outras formas de divulgação.
O que precisamos urgentemente é de uma fé mais adulta, mais amadurecida,
preenchida de uma fidelidade inabalável em Deus e sua Igreja. Hoje, mais do que
nunca, necessitamos de cristãos convictos para responder aos desafios de uma
sociedade em que a cultura da morte se torna cada vez mais presente, como
também o descaso com os valores morais. Devemos começar especialmente em nossa
família eclesial. Precisamos de fiéis mais firmes em suas posturas, no sentido
de abraçar a fé e traduzi-la na vida. Precisamos dar um basta nos “achismos”
deletérios que confundem o povo de Deus ao considerar que é possível se dizer
cristão católico e apoiar o divórcio, o aborto e outras questões graves que
atentam contra a dignidade da vida humana. Contra esses ataques à solidez
doutrinária e a comunhão de valores e ensinamentos temos a riqueza de tantos
documentos magisteriais que muito auxiliam no sentido de dissipar quaisquer
dúvidas que, porventura, possam estar penetrando em nossos corações,
deixando-nos fragilizados em nossa vida de fé.
O Papa neste sentido vem em nosso auxílio com seus escritos. Destacamos a Carta
Apostólica “Porta Fidei” que, certamente, será de grande utilidade para
vivenciarmos adequadamente o Ano da Fé.
Dom Luiz Henrique da Silva Brito
- Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Arquidiocese do Rio
Arquidiocese do Rio
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