"Então
disse Jesus aos doze: Quereis vós também ir embora?" (Jo 6, 67)
O
tema é delicado! Machuca famílias inteiras! Quase não há mais famílias no
Brasil que não tenham seus membros em duas ou mais igrejas. Quando a
convivência é pacífica os dois ou três lados mostram que sua cristologia vai
bem. Mas quando o clima fica insustentável, porque um dos lados força a
conversão do outro, é de se perguntar que pregador é o deles e que Jesus este
pregador lhes impingiu!
Pelo
que sabemos Jesus é o aproximador e o diabo é o separador! Dia-bolus quer dizer
exatamente isso. Pregação que joga membros de uma família uns contra os outros,
com proibição de visitas e aproximações,
embora pareçam, não são de Cristo. Alguém poderá advogar a passagem Mt
10,34-42. Serve como luva para os
proselitistas. O leitor abra sua Bíblia e confira! Pena que não sigam outra
passagem: Mc 9,38-39. E ainda a outra, em que Jesus põe Pedro no seu devido
lugar: -Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti?
Segue-me tu. (João 21, 22) Pedro queria se meter nos planos de Jesus para
João!…
Nos
meus quase 70 anos de vida e 35 de padre, já vi muita gente mudar de religião.
Aconteceu na minha família. Não há porque pura e simplesmente condenar alguém que segue sua consciência. Julgar e condenar,
nunca é algo puro e simples: (Mt 7,1-2) traz conseqüências. Mas podemos
analisar com serenidade e franqueza algumas dessas conversões ou mudanças a
partir do seu resultado. Se publico é, e se tal conversão atinge membros de
nossa fé, publicamente se comente!
Há
os sinceros, os interesseiros, os revoltados, os carreiristas, os vaidosos, os
que buscam eminência, os confusos, os apaixonados, os que mudaram por busca
honesta da verdade. Há os que mudaram por insistência da mulher ou do marido,
caso contrário a pessoa amada não se casaria ou, pasmem, iria embora! Há quem
tenha mudado por revolta, ou desejo de subir na vida, outros, para levar
vantagens. Já vi gente mudar de igreja por uma faculdade no exterior, ou com
promessa de liderar uma igreja e uma
região inteira. Já vi pregadores trocarem de igreja por um bom salário! A conta
no banco às vezes pesa mais do que a fidelidade ao grupo! É duro, mas é
verdade!
Medem-se
as conversões pelo que acontece depois delas. Se o sujeito se torna agressivo,
fanático, dono da verdade, inoportuno, convertedor de gente, pronto para
ensinar e nunca disposto a aprender e ouvir; se fala mal da sua ex-Igreja e se
age como se a luz de Deus só brilhasse na sua nova Igreja, sabemos que aquela
conversão não foi sincera nem verdadeira.
Os que pioraram ao mudar, são como o náufrago que embarca no barco
furado, mas insiste em levar os outros consigo. Não se anuncia Jesus dessa
forma! Ou somos sinceros, abertos, convictos e capazes de diálogo, mesmo discordando,
ou não anunciamos direito. Anunciá-lo como se todos os outros estivessem
errados e nós fossemos os únicos certos é traí-lo. Um coisa é a convicção de estar certo, outra
a acusação de que o outro não tem Jesus!
Pe. Zezinho SCJ
Pe. Zezinho SCJ
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