Vida, saúde e dignidade: direito e responsabilidade de todos. Com este tema, inicia-se nesta segunda-feira, 1º, no Brasil a Semana Nacional da Vida, uma iniciativa promovida pela Igreja católica no país por meio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A proposta é colocar em evidência questões relacionadas à defesa da vida humana.
Ao olhar para a Sagrada Escritura, percebe-se que o conceito de vida, no Antigo Testamento, está acentuado na compreensão de que Deus é fonte e doador de vida ao seu povo. Isso foi o que explicou o padre José Carlos de Melo, assessor da Pastoral Familiar da arquidiocese de Aparecida (SP).
De acordo com o padre, o homem tem sentido em sua vida a partir de Deus. “Deus é o que vai nortear a vida, a caminhada do ser humano na face da terra. Lembrando que Deus deixa o ser humano livre para fazer o seu caminho, mas no coração de todo o ser humano tem uma lei de que tudo deve ser voltado para Ele. Então a razão primeira e última do ser humano está centrada em Deus”.
Sendo Deus o sentido primeiro da vida humana, Ele deu ao ser humano a possiblidade de colaborar na criação, dominando a natureza e as coisas criadas, como consta no Livro de Gênesis.
Porém, padre José destacou que esse “dominar” citado em Gênesis significa cuidar da natureza, e não explorar, como acontece hoje. Ele acrescentou que tudo o que Deus cria sempre é em favor do ser humano, mas o próprio homem, hoje em dia, acaba desviando-se disso.
Ao longo de seu desenvolvimento, o homem acabou adotando valores e comportamentos que o afastaram de sua característica inicial: imagem e semelhança de Deus.
“Infelizmente, nós vemos que a vida hoje em dia está sendo deixada em último plano e não é isso que é o projeto de Deus para cada um de nós. A vida é um valor inalienável, inegociável e nós sempre devemos defendê-la”.
Uma das causas desse distanciamento, segundo o padre, é a crise moral e ética pela qual passa a sociedade, o que resulta em uma visão reduzida do ser humano. Neste contexto, o valor do homem está relacionado ao quanto ele produz, o quanto consome, o quanto é útil e eficiente para a sociedade.
Outro ponto destacado pelo padre é o secularismo, ou seja, o enfraquecimento do referencial religioso da pessoa, em que Deus deixa de ser o centro das coisas. Ele também lembrou que essa nova configuração social abala os sistemas e valores, acarretando em uma ausência ou inversão da hierarquia de valores.
“Então é preciso repensar esses dados e valores que a modernidade está colocando nas nossas vidas pra gente poder então recomeçar a caminhar na vontade de Deus e, acima de tudo, procurando valores existenciais que fazem a felicidade e norteiam a caminhada do ser humano”, disse.
Promoção da vida
Tendo em vista o valor inalienável da vida humana, o ser homem tem contribuições a dar em prol de sua defesa. Nessa tarefa, padre José aposta nos trabalhos desenvolvidos por aqueles que estão engajados dentro da comunidade cristã.
“Cada diocese ou então cada paróquia que tenha uma comissão de defesa da vida, deve não se calar, propagar de fato os valores de defesa da vida, propagar os valores de defesa da família, porque eu penso que falta muito hoje em dia é a formação e informação”.
Uma das iniciativas de proteção à vida humana é o Estatuto do Nascituro. Quanto a isso, o sacerdote disse que está sendo desenvolvido um trabalho de coleta de assinaturas, procurando promover a defesa da vida humana e também do nascituro.
Ele lembrou que, muitas vezes, as pessoas se perguntam o que é o nascituro, termo que acaba sendo pouco usado. “O nascituro é aquele ser humano que está no ventre da mãe e tem todos os direitos garantidos como cada um de nós aqui fora. Então os primeiros passos que a gente está tomando é isso: através de coleta de assinaturas, poder alterar uma lei ou uma norma dentro da nossa comunidade, cidade ou estado para beneficiar o ser humano”, finalizou.
Fonte: http://noticias.cancaonova.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário