Para
onde você está indo? Onde quer chegar? O que você já fez da sua vida? O que
pretende ainda realizar? Onde está a tua descendência? Estas e tantas outras
perguntas o ser humano faz, constantemente, ao longo da sua vida!
Poderíamos
dizer que somente um adulto pergunta sobre a própria vida, mas isso é um
engano, pois até mesmo a mais simples pergunta de uma criança representa a sua
dúvida sobre a vida. Porém, cabe a cada um de nós não parar nas perguntas, mas
buscar, constantemente, uma resposta. Por que digo constantemente? Pelo simples
fato de que, a cada pergunta respondida, outras surgirão!
Podemos
chegar a um estado de desespero, de depressão ou de profunda angústia. Isso é
muito provável para aqueles que somente buscam respostas para suas perguntas,
sem avaliar a fonte, o lugar de onde estão saindo estas respostas. Demos um
passo adiante nesta nossa reflexão. Para responder a simples pergunta “para
onde estou indo?”, devemos perguntar primeiramente: “quem sou eu?”. Assim
teremos o início de uma resposta coerente e verdadeira.
No
Salmo 8, o autor sagrado pergunta “Senhor, quem é o homem para cuidar dele
tanto assim?”. A resposta encontramos em Gênesis 1,27: “Façamos o homem a nossa
imagem e semelhança”. Aqui, começamos a encontrar a resposta essencial e vital
de cada um de nós. Se partirmos desta afirmação do Gênesis, que somos criados à
imagem e semelhança de Deus, partimos de uma realidade de vocação, ou seja, de
um chamado.
A
vocação acima falada é a imagem de Deus que somos, ou seja, o Senhor nos chama
a sermos Sua imagem, Imago Dei. Mas não é um chamado passivo que espera uma
resposta. Não! A imagem divina que somos é uma vocação ativa de Deus a nós.
Antes mesmo de respondermos à pergunta que toda criança faz: “O que vou ser
quando crescer?”, podemos responder: “quem somos”? Fomos criados à imagem do
Pai por amor. Nenhuma outra criatura, no mundo, tem este dom tão grande de ser
imagem do Criador; porém, todo chamado exige uma reação.
A
resposta é a semelhança à qual Deus nos criou. Ou seja, com o dom da liberdade
podemos responder e corresponder a essa semelhança naquilo que escolhemos e
fazemos. Na certeza de que não basta apenas um agir moral reto, mas uma
profunda adesão total e completa daquilo que é uma resposta decidida e
definitiva de cada um de nós ao Criador. Ou seja, uma profunda decisão interior
a uma constatação de um dom recebido.
Tendo
esta consciência de quem somos, podemos dizer que nenhuma pergunta ficará sem
resposta, pois a vida não se faz de perguntas, mas de vocação e respostas
dadas, a cada dia, a um amor que ultrapassa as barreiras da nossa ignorância e
do nosso tempo, mas respeita, porque o verdadeiro amor é aquele que gera
liberdade, por isso nos espera até o último momento.
Para
onde você está indo? Eu espero que seja ao encontro com o nosso Deus Amor!
Por
Padre Anderson Marçal
Nenhum comentário:
Postar um comentário