quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Muçulmanos saqueiam e incendeiam casa de jovem cristão acusado de blasfêmia no Paquistão



Uma turba de extremistas muçulmanos saqueou e incendiou a casa de um jovem acusado de ter enviado uma mensagem de texto de blasfemia contra o Islã no distrito de Gulshan-i-Iqbal, zona burguesa de Karachi, metrópole do Sul do Paquistão.


Conforme informou à agência vaticana Fides a ONG local World Vision in Progress, o moço de 15 anos, Ryan Brian Patus, e sua família foram resgatados pela organização. Puderam escapar da turba dado que no momento do ataque, o jovem estava no hospital para atender a seu pai, gravemente doente, e sua família, por temor a represálias tinha preferido sair de casa.

O policial que interveio disse que o moço está sendo acusado de enviar uma mensagem de texto de blasfemia que circulou entre os vizinhos do bairro, provocando esta reação. Ryan afirma que recebeu e transmitiu a mensagem a seus amigos sem lê-la cuidadosamente.

Duas pessoas o acusam oficialmente e também o Imã Qari Ghulam Qadir, da mesquita Jamia, que apresentou uma denúncia formal por infração do artigo 295c do Código Penal que se refere aos insultos ao Profeta Maomé.

O bispo anglicano de Karachi, Ijaz Inayat, da "Church of Pakistan" (Igreja do Paquistão), diz que está "horrorizado pela história e profundamente preocupado pela segurança da família".

Em uma mensagem enviada à Agência Fides, da ONG paquistanesa Human Rights Commission of Pakistan, informa-se que em 2012 no Paquistão se registraram 22 casos oficiais de blasfêmia, todos polêmicos, entre eles o de Rimsha Masih, a menina cristã acusada falsamente pelo Imã Khalid Jadoon Chisti.

Ontem o líder religioso Chisti, acusado de queimar páginas do Corão para incriminar a Rimsha, foi posto em liberdade sob fiança de 200 mil rupias (2000 dólares) por um tribunal de primeira instância em Islamabad.

Segundo seu advogado, já que todas as testemunhas que declararam contra ele se retrataram, o Imã deve ser absolvido por falta de provas.

Os advogados de Rimsha Masih, atualmente em liberdade sob fiança, assinalam que as declarações das testemunhas foram formalizadas pelo tribunal conforme o art. 164 do Código Penal (que inclui três confirmações) e são consideradas indiscutíveis: neste caso a retração é inaceitável.

A audiência para o caso de Rimsha e sua possível absolvição completa é esperada para o dia 17 de outubro.





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