O diretor
da Sala de Imprensa do Vaticano, Padre Federico Lombardi expressou neste 29 de
maio o repúdio e o pesar do Papa Bento XVI pelo massacre de Hula, ao norte de
Homs (Síria), onde, na semana passada, mais de cem pessoas, a maioria mulheres
e crianças menores de 10 anos, foram brutalmente assassinados por soldados e
milicianos ligados ao regime de Bashar Al Asad.
Enquanto
o governo culpa terroristas armados pelo ocorrido em Hula, os sobreviventes
apontam o exército e a tropa favorável ao governo conhecida como shabiha como
os autores do massacre.
Os
assassinos usaram tanques e artilharia pesada contra os habitantes e também
entraram casa por casa para balear e degolar as vítimas.
As
imagens da barbárie deram a volta ao mundo e motivaram o rechaço da ONU e da
comunidade internacional. Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França,
Espanha, Canadá, Austrália e Itália expulsaram os diplomatas sírios de seus
países.
Em um
comunicado de imprensa, o Padre Lombardi indicou que este massacre "geram
grande dor e profunda preocupação tanto para o Santo Padre como para toda a
comunidade católica".
"Ao
renovar seu chamado ao afastamento de toda forma de violência –continua o
texto-, a Santa Sé exorta as partes interessadas e toda a comunidade
internacional a não poupar esforços para resolver a crise através do diálogo e
da reconciliação".
"Também
os líderes e os fiéis das diversas religiões, com a oração e a colaboração
eventual, estão chamados a promover com grande compromisso a desejada paz, para
o bem de toda a população", conclui o comunicado.
O
conflito na Síria deixou mais de dez mil mortos desde janeiro de 2011 quando
teve início.
A luta
armada entre opositores e militantes de Bashar Al Asad–que governa a Síria
desde 2000, sucedendo o seu pai que governou o país por 30 anos- foi
influenciada pelos protestos de Tunísia, Egito e Líbia, onde a população
conseguiu derrubar ditaduras instalada décadas atrás.
A
situação dos cristãos em Homs
"Tememos
um cenário como o do Iraque, onde numerosos cristãos são ameaçados ou inclusive
assassinados, obrigados a fugir ou nem se atrevem a sair às ruas",
declarou o Arcebispo de Homs e Hama, Dom Silvanus Petros Alnemeh em recentes
declarações à fundação pontfícia Ajuda à Igreja que Sofre, antes do massacre.
Segundo os dados fornecidos pelo prelado, só no território de Homs 50.000
cristãos já abandonaram a cidade; muitos se alojam nos arredores ou em casas de
parentes. Segundo partilhou o Bispo, ele mesmo já não reside em Homs devido ao
conflito.
"A
Igreja é símbolo de justiça e paz... e não de corrupção pelo Governo nem de
violência em nome de Alá", afirmou por sua parte o Arcebispo de Jezira e
Euphrates, Dom Eustathius Matta Roham. Segundo ele "só os diálogos podem
trazer a paz e, assim, possibilitar que os refugiados retornem".
"O
que aconteceu em Homs pode ocorrer também em outras cidades", continuou o
Arcebispo Dom Eustathius que destacou a complexa e tensa situação entre os
grupos rebeldes e as forças do governo.
Os dois
Bispos pediram oração e apoio para os habitantes da Síria, em especial os
cristãos. Segundo os prelados, a situação é ainda pior do que se pode imaginar.
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