O mundo apresenta inúmeros caminhos
na busca da felicidade, entretanto, a experiência de nosso coração, como também
a experiência da história da humanidade, demonstra que as promessas do mundo
nem sempre acontecem e que, separadas do caminho do bem, normalmente se deparam
com a decepção, com o vazio e mesmo com a frustração. Não há conciliação entre
o bem e o mal. Mas, mesmo sabendo disto, insistimos nas escolhas erradas.
Se não existisse a possibilidade de
sermos felizes, o próprio Jesus nos teria enganado com suas promessas de vida. O
que não podemos ignorar como cristãos, é que, mesmo querendo escolher o caminho
do bem, que gera felicidade, sem as graças de Deus, nós nos tornamos
impotentes. Nossa eterna tentação ainda é querer nos realizar e sermos felizes
sem Deus... Erro que infelizmente já foi cometido pelos nossos primeiros pais,
Adão e Eva, vindo a perder o paraíso.
Jesus nos é claro: "Sem mim
vocês não podem fazer nada" (Jo 15,5). Obviamente buscamos fazer coisas
boas por nós, mas, sem a vida de amizade com Deus, apenas nos compensamos e nos
gratificamos por um determinado tempo, sem realmente encontrar a verdadeira
felicidade. Por isto, esta é proposta de Jesus: "Se vocês obedecem aos
meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos
mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. Eu disse isso a vocês para que
minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa." (Jo
15,10,11).
Não se trata de restringir o caminho
para ser feliz, e sim de admitir a realidade da natureza humana, pois, como pessoas,
nós somos constituídos por nosso corpo e nosso espírito. Sabemos que sem nos
alimentar, dormir e respirar, nós morreremos fisicamente falando. O mesmo
acontecerá em nossa vida espiritual. Sem o alimento da vida interior, que nos
chega através da oração, do acolhimento da Palavra, da recepção dos
sacramentos, da Eucaristia, da amizade com Deus e do amor ao próximo, nos
tornamos rapidamente anêmicos e morremos espiritualmente.
Outra tentação de nosso tempo é a
busca pela realização e felicidade sem a presença da cruz. "Se o grão de
trigo não cai na terra e não morre, fica sozinho" (Jo 12,24). Se diante
das opções da vida negarmos a cruz, viveremos de gratificações, mas jamais da
verdadeira felicidade.
A qualidade de vida, que tanto hoje
se fala, não acontece sem os cuidados com a boa alimentação para o nosso corpo
e a boa alimentação para o nosso espírito. Não podemos negar esta dupla
identidade. E mais, o esquecimento de nossa dependência de Deus é o supremo
desamor que poderemos cometer conosco, com os que amamos e com a própria vida,
pois, nossa vocação maior não é o tempo, mas sim a eternidade.
Assim, queridos amigos, na passagem
de mais um dia das mães, compreendamos que a real maternidade humana cobra de
nós os cuidados com o corpo e com o espírito. Aproveitemos para mostrar
gratidão às nossas mamães, à Maria, nossa Mãe do céu, e a todas às mulheres,
encarnação viva da própria ternura de Deus.
Fonte: http://www.ais.org.br/
Padre
Evaristo Debiasi
Fonte: http://www.ais.org.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário